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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Ouvir o equipamento antes da tomada de decisão. Importante dica antes de adquirir qualquer componente do sistema de áudio, principalmente em matéria de caixas de som ou alto-falantes. Os artigos das revistas especializadas podem fornecer relevantes dados sobre o produto desejado, mas isto não garante per se a satisfação do comprador.  Tive esta experiência com os speakers dipolares de fita (ao lado) em 2010, após ficar bastante impressionado com os artigos rasgadamente elogiosos da revista norte-americana TAS a respeito de seu lançamento.  Foi um aprendizado de meses, envolvendo seis amplificadores (integrados, combos de pré e power e até monoblocos) testados com o par de falantes, o que só foi possível com a ajuda de um amigo.  Maravilhosos speakers para quem dispensa o chamado ''grave de fundação", está disposto a investir em amplificadores "musculosos" e pretende investir razoavelmente na acústica da sala. O aprendizado levou-me a constatar a ausência de colorações diante da ausência do gabinete normalmente encontrado em caixas de som, mas também pude perceber a dificuldade delas na reprodução do corpo dos instrumentos musicais envolvidos em cada gravação.   As vozes do jazz, tradicional ou contemporâneo, são reproduzidas de forma bem agradável e realista, com destaque para as femininas, mas à custa de uma certa deformidade no tamanho da fonte sonora, i.é, como se elas tivessem enormes bocas ou vozes que tomassem boa parte do palco sonoro.  Isto nos aproximaria da desejável materialização do evento musical?  Creio que não. O ideal não é que a reprodução revele ao máximo o acontecimento musical, como preconiza a revista brasileira Áudio Video Magazine?   De qualquer forma, ouso dizer que os alto-falantes em comento podem dar conta de alguns gêneros musicais (música de câmara, MPB etc).  Interpretações por orquestras sinfônicas com tímpanos bem presentes ou outras obras que exijam a reprodução de frequências abaixo dos 40hz, música  pop ou eletrônica com dinâmica, não são o seu ponto forte. Para mim, com predileção por clássicos de orquestra sinfônica, jazz, instrumental e bossa nova, tais "caixas" não emplacaram após dez meses de convivência (ou paciência, não sei ao certo), mesmo com alguns upgrades tentados (fusíveis de prata e adaptadores de terminação).  Fato é que tais os alto-falantes aqui mencionados não consistem em componentes amigáveis, pois escolhem a dedo, diria, os seus pares.  Como são duros esses "biombos" em seus 86dB de sensibilidade!  Valeu o aprendizado, embora não dê para esquecer o esforço na tentativa de "empurrá-los".  Também não posso deixar de agradecer a enorme ajuda do amigo Dirceu em tal empreitada. Por desencargo de consciência, cumpre-me registrar que após a aquisição do mencionado par de falantes, cheguei a ouvi-lo na sala devidamente tratada do representante brasileiro, o qual me recebeu gentilmente apresentando a sua poderosa eletrônica dinamarquesa e magníficas gravações em CDs.  Ainda assim, tal demonstração não foi capaz de me segurar na cadeira. De lá eu saí convencido do meu equívoco na escolha sem prévia demonstração, independentemente de quaisquer deficiências nos elos do meu sistema ou da minha sala à época. Na próxima postagem pretendo falar sobre os CDs que foram utilizados nas inúmeras tentativas de alimentar os speakers em tela.